Automação 26/01/2023 | 7 min. de leituraArray

Tendências do varejo na NRF 2023

Tendências do varejo na NRF 2023

A Elgin esteve presente na NRF 2023, a maior feira de varejo do mundo que aconteceu entre os dias 15 e 17 de janeiro no Javits Center em Nova Iorque. A edição desse ano marcou o retorno do grande público após a pandemia da Covid-19 e reuniu mais de 35 mil pessoas com mais de mil expositores de 75 países diferentes. Entre esses impressionantes números de audiência, destaque para presença de brasileiros que representaram o varejo brasileiro com mais de 2 mil pessoas na feira.

Nessa expressiva presença de brasileiros, estava nossa comitiva de 12 executivos e membros do  Elgin Developers Community que compartilharam essa experiência conosco e passaram uma semana de imersão em inovação, tecnologia e varejo em Nova Iorque com a Elgin.

Esse ano fizemos uma cobertura completa da feira e de todos os eventos em que participamos, todo o conteúdo já está disponível nas redes sociais da Elgin Automação com vídeo resumidos da nossa participação. E claro, não poderia faltar um texto no blog contando com mais detalhes todas as tecnologias e assuntos que despertaram nossa atenção durante a NRF 2023 e que vamos dividir com vocês abaixo:

1. Tecnologia e Canais de Venda

Se o metaverso estava no centro dos holofotes na edição de 2022, esse ano ele perdeu um pouco de força e já não foi tão comum encontrar soluções relacionadas nos estandes da feira, o assunto não é descartado e deve retornar com mais força mais adiante à medida que a tecnologia evolui para aterrizar o tema, mas o assunto do momento foi substituído por outra tecnologia que também desperta muita curiosidade: a Inteligência Artificial. O tema não é novo mas começa a ter visível aplicabilidade para o mercado e se concretizado cada vez mais como realidade.

As ferramentas ChatGPT e Drall-E da OpenAI parecem estar puxando essa frente e popularizando ainda mais a Inteligência Artificial, a empresa atingiu a marca de 1 milhão de usuários em menos de 5 dias e hoje já conta com mais de 75 milhões de usuários em todo o mundo, o que acabou despertando o interesse da Microsoft que essa semana anunciou aquisição da empresa em mais de 10 bilhões de dólares, se caracterizando como a 4º maior aquisição da história da empresa.

Outro tema de destaque foi omnicanalidade nas empresas, o assunto já é abordado há bastante tempo e inclusive já esteve presente em várias edições da feira, mas tem-se mantido durante o tempo e ganhado cada vez mais força. Na NRF 2023 foram apresentados muitos cases de sucesso de empresas que apostaram em plataformas multicanal e foram bem sucedidas em mensuração e resultado, como é o caso das varejistas Nordstrom, Lowe’s e Target.

A conclusão sobre o omnichannel é que ele já deixou de ser uma opção ou diferencial e se tornou uma necessidade no grande varejo, independente se a finalidade é B2B (business-to-business) ou B2C (business-to-consumer). Múltiplos canais de venda são, e serão, cada vez mais obrigatórios para que os negócios perdurem e consigam atender as expectativas dos clientes.

2. Experiência de Compra

A experiência do consumidor durante todo a jornada de compra foi destaque tanto no palco do congresso como nas mais diversas aplicações práticas demonstradas nos estandes da feira. Durante nossa visita aos estandes da Oracle, Microsoft, Adobe e Google foi demonstrado isso, a experiência de compra já se tornou preocupação essencial para o varejo ambas as empresas citadas apresentaram soluções para diminuir a fricção no carrinho de compras, seja on-line ou off-line, e facilitar a compreensão do varejista sobre o comportamento do cliente através de dados que podem ser resultados em ações personalizadas.

Interessante analisar aqui a diferença de coletar dados e a automatização ou até a robotização do relacionamento com os clientes, um não é a conclusão do outro. A coleta de dados durante toda a jornada de compra está relacionada a personalização da abordagem de vendas, isto é, saber quais são as necessidades, dores e expectativas de compras dos clientes para resultar em ações cada vez mais direcionadas ao que ele realmente precisa, não efetivamente a uma padronização e robotização desse processo. Mais do que nunca, o cliente está no centro do negócio

No 1º piso da feira, local reservado as startups globais, também chamou a atenção a quantidade de estandes dedicados as experiências phygital, termo que vem da fusão das palavras em inglês physical (físico) e digital. Em outras palavras, nada mais é do que a integração entre o mundo físico, com o mundo digital e isso foi bastante demonstrados através de hologramas que tangibilizam essas ações. Foi notável o interesse do público presente no evento pelo assunto e a movimentação sempre alta nesse setor da feira.

3. Pessoas

As pessoas estão no centro de tudo. A expressão “People first” foi amplamente discutida durante os três dias de evento, tanto sobre o prisma da Experiência do Consumidor e como é necessário atendê-lo com cada vez mais personalização, mas aqui também foi tratada a importância dos colaboradores.

Jason Buechel, CEO da Whole Foods, comenta que as organizações podem ter produtos e lojas incríveis, ou até alta tecnologia em todos seus processos, mas no final o que valerá para o cliente será a conexão e a experiência oferecida no relacionamento entre as pessoas. Para ele, as empresas só estarão verdadeiramente preparadas para o sucesso apenas se seus funcionários também estiverem alinhados a essas expectativas e capazes de se desenvolver e crescer.

Andrea Bell, VP na WGSN na área de Consumer Insights, também trouxe um tema interessante ao debate sobre pessoas, analisando a quantidade recente de crises que as pessoas passaram nos últimos anos como: pandemia, conflitos bélicos, crises políticas e socioeconômicas locais e escassez global. Andrea denominou o período como Polycrisis e avalia como ele está impactando no perfil e comportamento de compra das pessoas.

Outro assunto analisado durante a NRF 2023 foi a importância e complexidade das marcas em seguirem se atualizando para atender as diferentes gerações, em especialmente as mais novas: Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) e Geração Alfa (nascidos depois de 2010). Esse tem sido um desafio rotineiro dos grandes varejistas à medida que as novas gerações já começam a se tornarem clientes independentes, disponíveis no mercado de trabalho e já pertencendo ao seu quadro de colaboradores.

Entender e mapear o perfil e interesse das novas gerações será fundamental para as empresas seguirem ampliando sua cultura organizacional para abrigar todas as gerações e manter seu portfólio de soluções e serviços atualizados para uma geração que já nasceu digital e tem preocupações diferentes das anteriores.

4. Sustentabilidade

A preocupação ambiental “não é mais uma questão de escolha, se você atua no varejo, pois [a questão] está impactando a cadeia de fornecimento como um todo”, com essa frase foi aberta as discussões sobre sustentabilidade no varejo durante o congresso da NRF 2023. Durante o evento, a Euromonitor Internacional, empresa especializada em pesquisa de mercado, também trouxe dados interessantes que revelam que “45% dos profissionais do varejo disseram que investir em iniciativas de sustentabilidade é uma prioridade estratégica para sua empresa nos próximos cinco anos.”

O varejo tem acompanhado a tendência de uma sociedade e investidores que cada dia mais valorizam práticas bem-sucedidas em ESG (Environmental, Social & Governance), empresas com ações direcionadas ao desenvolvimento sustentável e que buscam soluções para problemas complexos como pobreza, mudanças climáticas e esgotamento de recursos naturais são, e serão, cada vez mais valorizadas.

Entre as ações discutidas sobre o tema chama a atenção a aposta em modelos de negócio que oferecem a revenda de itens usados para compor parte do portfólio das marcas em lojas físicas e on-line, através de marketplaces ou até com o apoio de plataformas especializadas.

A tendência é observada entre consumidores de diferentes perfis sociais e até gerações, que têm se interessado na compra de produtos usados por economia, para colaborar com o impacto ambiental do seu próprio consumo e até mesmo, viabilizar a compra de produtos de maior valor que novos são inacessíveis para seu poder de compra. Para fundamentar essa tendência interessante analisar a pesquisa realizada pela varejista SAKS para sua base de clientes, 80% deles comprariam itens de qualidade usados ou com pouco uso.

Seja qual for o modelo de negócio adotado, algo já se tornou premissa para o mercado varejista: Estar preparado para consumidores que exigirão cada vez mais ações sustentáveis das marcas, e que, inclusive decidirão seu consumo de acordo com a responsabilidade socioambiental das empresas.

Mais Vistos

Conecte-se com a Elgin

Cadastre-se e receba novidades e promoções por e-mail.